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Passeio do Clube Bike Team Tavira entre a Mina de São Domingos e o Pomarão (e regresso). Tentámos seguir pelo caminho da antiga linha de comboio que ligava a mina ao Pomarão mas muitas pontes estavam destruídas e alguns troços tinham muita vegetação e derrocada de pedras. Os túneis ainda estão aceitáveis. No regresso seguimos pelo percurso da GR15. Uma manhã bem passada em desporto e convívio. Música: "Palace of roses" - Aakash Gandhi "Introspective taal" - Aakash Gandhi "Nine lives" - Unicorn Heads "Shake it" - Aakash Gandhi "Freeling" - Lauren Duski Gravado com GoPro 9 com módulo de lente Max e nivelamento de horizonte.

Esta foi a etapa extra, pois inicialmente tínhamos previsto terminar esta aventura em Finisterra mas como ganhámos um dia, decidimos regressar a Santiago. Havia a previsão de muito calor, por isso convinha acordar cedo para aproveitar o ar fresco da manhã. Ao sair de Cee reparámos que em redor só havia montes, bem... para sair daqui temos mesmo de subir mas nunca imaginávamos que fosse tão duro e inclinado, aos 5km já tínhamos 250m de acumulado. Atingimos o planalto e a partir daí foi só rolar, não tínhamos nada marcado mas havia o objetivo de chegar a Santiago rapidamente e arranjar um transporte para ou Vigo ou Porto. Cruzámo-nos com peregrinos de todas as idades e nacionalidades, inclusivé com um neozelandês e uma israelita, quais são as probabilidades? Nunca pensámos que houvesse tanta gente a fazer o Caminho até Finisterra. Pelo caminho uma surpresa... afinal encontrámos o monstro Vakner, o devorador de peregrinos! As paragens para almoço são sempre duras de reiniciar, o calor aperta e chegamos a Oliveiroa, a partir daqui o percurso é igual ao da vinda mas tem-se uma perspectiva diferente ao contrário, a paisagem é semelhante e por isso não há muitas fotos, as paragens também são as mínimas para chegar a tempo a Santiago. Enchemos os bidons em quase todas as fontes que encontrámos, 33º de temperatura dá muita sede. Ao chegar a Santiago o comboio para Vigo estava lotado, a (boa) alternativa foi autocarro para o Porto mas tínhamos que embalar as bicicletas, procurámos uma loja para comprar "embrulhos" e tudo se resolveu. Amanhã é dia de regresso a casa e o terminus de mais uma aventura com grande camaradagem pelos Caminhos de Santiago. Até à próxima aventura. Henrique, Jorge e Pedro.

Olveiroa > Muxía > Fisterra > Cee Olveiroa vai ficar no coração, fomos muito bem recebidos mas é hora de partir, o "fim da terra" estava à nossa espera. Começa bem, logo a subir para "abrir a pestana" e aquecer os músculos. Entrámos no território Vakner, um género de lobisomem que devorava peregrinos e provocava o pânico nos habitantes da região de Dumbria. O sobe e desce é constante neste caminho, nem dá quase para aliviar as pernas, quando desces sabes que logo a seguir tens um empeno. Até que de repente... mar! Sinal que estávamos a chegar a Muxía com o vento norte cada vez mais agreste. Já se avista Muxía, ainda é cedo para almoçar, tirámos as fotos da praxe nos pontos icónicos e segue-se caminho. Vila muito interessante com as suas baías de água puro azul, algumas até protegidas do vento norte. Muxía não desiludiu. Tem tanto de beleza como de vento. Para sair de Muxía, pimbas, toma lá mais uma subida, a partir daqui era procurar um local para almoçar, ao contrário de outros caminhos senti que este não tinha tantos pontos de apoio. Finalmente almoço (não me lembro da aldeia), não gostámos, era caro para a oferta e com mau atendimento. Um tasco moderno no meio do nada em que deixámos lá a carteira! A barriga está cheia, hoje o calor aperta, apeticia dormir a sesta... mas siga, o arranque é lento e o nosso ziguezague pelos bosques continua. Já se avista Fisterra, depois de entrar na vila ainda temos que fazer uns 3km a subir em alcatrão para chegar ao cabo e seu farol. E pronto já cá estamos, chegámos ao que os romanos pensavam que era o fim do mundo. Depois do registo, avançámos o mais que pudemos até uma povoação próxima (Cee), para no dia seguinte não fazermos tantos quilómetros de volta a Santiago onde concluiremos esta aventura.

Aproveitámos a manhã em Santiago para descansar um pouco, dar um pequeno passeio, lavar roupa, compras, pedir a Compostela e novos passaportes para Muxía e Finisterra pois o caminho não pára por aqui. Saímos de Santiago por volta das 13h em direção a Olveiroa onde terminaria a etapa de hoje e que era curta em relação às que tínhamos feito até agora mas igualmente cheia de belas paisagens e bosques. Mais ou menos a meio caminho passámos uma ponte romana lindíssima, ponte Maceira. O Caminho não desiludiu, passa por locais mágicos e florestas de tirar o fôlego. O vento aumenta de intensidade, sinal que nos estamos a aproximar do mar. Tínhamos a ideia que o acumulado não ia chegar aos 1.000m mas cedo percebemos que, ora subias, ora descias por bosques verdejantes entre montes e vales. Já a chegar ao fim, o percurso gravado no GPS manda-nos em frente pela estrada de alcatrão mas o Caminho é pela esquerda que tem uma subida "vai lá vai", só olhar até doía. Lá decidimos subir a muito custo (ronda os 20% durante vários metros). No topo, uma magnífica vista sobre a região mas também um belo empeno nas pernas. A seguir ao miradouro foi praticamente só descer até à aldeia de Olveiroa onde pernoitámos no Albergue Casa Loncho, gente simpática e sempre disponível, bom, bonito e barato, recomendamos. Amanhã lá vamos nós até ao "fim do mundo". Música: "Shadowing"- Corbyn Kites (0:00) "A Young Man"-ALBIS (2:25) "Instant Crush"-Corbyn Kites (4:43)

O que dizer da Variante Espiritual? Espetacular. O dia estava fresco, sentia-se a brisa do norte à medida que íamos subindo no mapa. A saída de Pontevedra é calma, encontrámos imensos peregrinos, quando de repente quase que desaparecem! Pois já tínhamos entrado na Variante Espiritual! A maioria segue pelo Caminho Central até Pontecesures (a 2 km de Padrón) onde os percursos se reencontram. Era novidade para todos este caminho que começa logo a subir... E que subidas! Tínhamos de contornar um monte que nos levaria até Vilanova de Arousa, mas até lá subimos e subimos, com menos de 20km já tínhamos 600m de acumulado! Finalmente começámos a descer, primeira paragem no Mosteiro de Santa María da Armenteira, lindíssimo. Mas o melhor ainda estava para vir quando do nada entrámos num bosque encantado com um rio e em paralelo, um espectacular trilho bem marcado a descer com muita condução e super divertido. Este local chama-se Rota da Pedra e da Auga. O caminho segue por entre vilas e rendilhámos a costa até Vilanova de Arousa onde almoçámos. As sandes são GIGANTES, estivemos algum tempo para as comer mas soube bem o descanso. O Variante Espiritual por terra termina nesta vila em que oficialmente o caminho segue de barco até Pontecesures (perto de Padrón). Apesar de alguns enganos demos com o Caminho Real que é um género de alternativa junto à costa. Na chegada a Padrón havia aquela dúvida se ou era para seguir ou ficar já ali, as pernas e os rabos diziam para ficar, mas as cabeças diziam para continuar, todos de acordo e lá fomos nós até Santiago. Na chegada a Santiago de Compostela sente-se aquela emoção de caminho feito, para o Henrique foi a 4ª vez, para o Jorge o para o Pedro foi a 3ª. Foi incrível o facto de o fazermos em três dias. Chegámos a Santiago mesmo felizes e contentes (e um dia antes do previsto). No dia seguinte houve direito a descanso da parte de manhã e à tarde seguimos para mais aventura.